Mesmo
depois da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável –
Rio+20, ocorrida de 13 a 22 de junho desse ano, a problemática que envolve
produção industrial / crescimento econômico e preservação ambiental /
erradicação da pobreza, ainda se mantém viva. Especialmente, porque estamos às
voltas do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM e muitos professores acreditam que
é bem provável que as discussões travadas nesse evento, possam se transformar
em questões presentes tantos nos eixos cognitivos da prova, quanto na redação.
Além
disso, se pararmos para observar um pouco mais coisas a nossa volta, perceberemos
que nunca falamos tanto em questões ambientais como nos dias de hoje. Da TV às
redes sociais, da escola à família e em todos os projetos políticos das
campanhas públicas eleitorais que aí se encontra, não se fala em outra coisa a
não ser em "Desenvolvimento Sustentável".
Veja
bem, apesar de não parecer, mas isso é um ponto positivo, porque nunca na
história desse país falamos tanto sobre esse tema. E quando digo “falamos”, quero
dizer que essa discussão não é só um privilégio daqueles que compõem o âmbito
educacional, mas de todos os segmentos da sociedade civil, sejam eles dos
setores público, privado ou ainda de organizações não-governamentais.
Na verdade, é no exercício repetido das discussões que se elaboram políticas públicas mais
coerentes com as necessidades e o bem-estar do povo, as quais passam a colocar
em prática aquilo que já não da mais para ficar em segundo plano. Quer ver um bom
exemplo disso?
Lecionei
durante muito tempo na 5ª série (agora 6º Ano) e desde cedo pude observar que
aquelas crianças falavam mais de meio ambiente do que qualquer candidato a um
cargo eletivo do nosso país. Aliás, falavam tanto que quase nunca minha
programação didática se completava da forma que havia planejado, antes das
aulas. Tenho certeza que a maioria deles, hoje, não escova os dentes com a
torneira aberta, coisa que nossos pais dificilmente fazem. Ou não é verdade?
É
essa geração renovada que aos poucos vem colocando em pauta discussões que até
então eram deixadas de lado pelas gerações passadas. Ao contrário do que se
fala do jovem de hoje em dia, eles têm sim conteúdo e podem contribuir e muito
com a sociedade que aí está. Nós professores é que precisamos ajudar a modelar
esse aluno, de modo que o mesmo perceba, agora, que a problemática ambiental
vai além de fechar a “torneira”. Nela estão inseridos não somente aspectos
ecológicos, mas também, sociais, econômicos, políticos e éticos (porque não?).
Essa
redefinição é fundamental na hora de trabalhar os conteúdos em sala de aula,
uma vez que além de proporcionar um êxito na seleção do vestibular, torna-o um
ser pensante, capaz de refletir sobre as questões que lhe permeiam, bem como o
fazem compreender a escola como uma instituição importante para a manutenção
dos processos da cultura e da vida.
Pensando
nisso, nessa unidade, a qual tratava de um assunto muito mecânico e tecnicista –
Fotossíntese e Respiração Celular – realizei
um pequeno trabalho de redação com os meus alunos, onde lhes pedi que
construíssem um pequeno texto sobre a problemática colocada no evento da Rio+20:
“Cidadania e Sustentabilidade: qual o futuro que queremos?”, partindo do
princípio de que estes fenômenos agem de forma mútua e contribuem diretamente,
no caso da fotossíntese, para a manutenção das taxas de carbono na atmosfera,
controlando, assim, os processos de Efeito Estufa.
O
resultado foi incrível! Primeiro, porque pude observar que mesmo no ensino
médio, eles ainda precisam melhorar algumas questões ortográficas, que para nós
(professores) já deveriam ter sido superadas. Demonstrando, assim, o quão árduo
é o caminho que ainda temos pela frente.
Segundo,
e mais importante, nos textos produzidos pudemos encontrar um série dados e
informações interessantíssimas que, por conta da correria do dia-a-dia,
dificilmente teríamos tempo para ler a respeito. Sem sombra de dúvidas, eu
também aprendi nesse processo, e é nessa redefinição que podemos começar a superar
os obstáculos que se encontram no cotidiano das nossas escolas.
Para
demonstrar isso, gostaria de relatar na próxima postagem, na íntegra, a redação do aluno
Rafael Rezende Rocha de Oliveira, 1º A do Alternativo Curso e Colégio, a qual
deixa bem claro em suas palavras o quanto é importante estarmos sempre
redefinindo o nosso jeito de ensinar e de aprender. Só assim, segundo ele,
mudando a forma de pensar é que poderemos mudar a forma de agir. Ideia essa que
com certeza ajudará a construir um mundo mais justo, fraterno e porque não
sustentável.
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