sábado, 5 de fevereiro de 2011

A Serra de Itabaiana na história de Sergipe.


Parque Nacional Serra de Itabaiana: belezas, riquezas e encantos.

Tão grande é o seu valor, a Serra de Itabaiana constitui-se num berço histórico para o estado de Sergipe, especialmente, pela sua influência direta no processo de colonização do interior sergipano.

O próprio nome Itabaiana remonta a língua do povo tupi que habitou por muitos anos esta área. Segundo essa língua: Ita significa “pedra”; taba “aldeia” e oane “alguém”, ou seja, “pedra da morada de alguém”, fazendo, assim, uma referência à formação geológica que é bem característica da Serra.

A ocupação do território sergipano deu-se em meados de 1590, nas áreas próximas ao litoral. Para isso, várias lutas foram empreendidas contra os povos indígenas que já residiam nessas terras. O cacique Muribeca, bravo guerreiro que habitava terras que hoje compreendem Lagarto e Itabaiana, foi uma figura importante nesse processo de lutas.

Em meados do século XVII, os portugueses começaram a sair do litoral e adentrar no território sergipano, estimulados, principalmente, pelo sonho de encontrar metais preciosos. Sendo assim, a Serra de Itabaiana viria se tornar um pólo atrativo, não só por parte dos portugueses, como também de holandeses, para exploração de minérios.

Nesse contexto, uma figura histórica merece atenção especial: Belchior Dias Moréia. Proprietário de terras na região do Rio Real, este homem começou a chamar atenção das autoridades metropolitanas para a existência de minas de prata na Serra de Itabaiana. O que foi fundamental para motivar a ida de exploradores à região.

Segundo o Padre Marcos Antônio de Souza, em sua obra “Memória sobre a Capitania de Sergipe”, no ano de 1808, a Serra podia ser descrita assim:

“Que tesouros o autor da natureza tem depositado em uma iminente serra bem conhecida com o nome de Itabaiana, longe uma légua da vila, que da dita serra tem o nome… Quão florescente ficaria Itabaiana se nas suas serras banhadas de cristalinos regatos se abrissem novas minas de ouro (1944:33/34).”

Apesar de nunca ter se encontrado nada de real valor para a Coroa Portuguesa, como ouro e prata, por exemplo, a vinda dessas pessoas na busca do sonho de encontrar minérios na região, formando aldeias e acampamentos ao redor da área, foi fundamental para o desenvolvimento de boa parte das cidades que se encontram instaladas ao redor da Serra nos dias de hoje. Como por exemplo, temos o Arraial Santo Antônio que daria origem, anos mais tarde, a atual cidade de Itabaiana.

Além da influência no processo de ocupação do território sergipano, a área se tornou com o passar do tempo, um local rico para a formação de lendas e mitos. Dentre as quais vale destacar a do “Carneiro de Ouro” e a do “Poço das Moças”.

A primeira diz respeito a uma rocha que se encontra no topo da Serra e que, segundo os nativos da região, apresenta um formato de Carneiro o qual todo fim de tarde brilha intensamente. Várias pessoas tentaram pegar essa rocha, mas quando elas se aproximavam, o seu brilho acabava. A partir de então, os moradores da região começaram a dizer que só pessoas de coração puro poderiam tomar posse daquela rocha. E ela se encontra lá, até os dias de hoje, esperando por aquele que será puro o suficiente para retirá-la do local.

Já o nome Poço das Moças, faz referência a um dos lugares mais visitados da área pelos turistas. Reza a crença, que as águas desse poço eram muito cristalinas e que por conta disso, somente mulheres virgens e de coração puro poderiam se banhar nas suas águas. Até que certo dia, uma mulher má e com o coração cheio de ódio, caiu dentro do poço e as águas ficaram escuras, como se tem até hoje, tudo por causa da impureza dessa mulher.

Do mais, belezas, riquezas e encantos marcam a Serra de Itabaiana. Os valores culturais que aqui se encontram também merecem ser preservados. Pois eles ajudaram e continuam ajudando, de uma forma ou de outra, a compreender nossa própria história.


Nenhum comentário:

Postar um comentário